Profissional oferecia tratamentos estéticos nas redes sociais e é suspeita de reutilizar seringas, aplicar substâncias não autorizadas e descumprir decisão judicial que suspendeu seu CRM.
A Polícia Civil de Arapongas, por meio da 22ª Subdivisão Policial, cumpriu nesta quinta-feira (16) um mandado de prisão preventiva contra uma médica investigada por estelionato, crimes contra a saúde pública e contra o consumidor. A prisão ocorreu na cidade de Maringá.
As investigações tiveram início há cerca de um mês, quando vítimas procuraram a delegacia de Arapongas para relatar que haviam sido enganadas por um suposto tratamento de emagrecimento anunciado pela profissional nas redes sociais.

Segundo os relatos, a médica prometia uma rápida e significativa perda de peso por meio da aplicação de uma “caneta emagrecedora”. No entanto, após iniciarem o tratamento, as pacientes notaram que o produto aplicado diferia daquele que havia sido oferecido e divulgado pela profissional.
As próprias vítimas registraram fotos e vídeos das aplicações, algumas das quais também foram compartilhadas nas redes sociais da médica. Entre as denúncias mais graves, há relatos de reutilização de seringas e agulhas em diferentes pacientes, bem como o uso de canetas injetoras de uso exclusivamente pessoal em múltiplas pessoas — o que configura risco sanitário grave.
Uma das pacientes relatou que está realizando exames e se submetendo a tratamentos com coquetéis medicamentosos, temendo possível contaminação.
Durante o avanço das investigações, a Polícia Civil de Arapongas descobriu que a médica já era alvo de outro inquérito semelhante na cidade de Colorado (PR). Nesse processo, a Justiça determinou, entre outras medidas cautelares, a suspensão temporária do registro profissional (CRM) da investigada por 90 dias.

Mesmo com a decisão judicial, a médica continuava atuando ilegalmente nas cidades de Arapongas e Sabáudia. Segundo a polícia, ela utilizava terceiros para aplicar os medicamentos ou enviava as doses fracionadas diretamente aos pacientes, infringindo a determinação do Judiciário.
Diante do descumprimento das medidas, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva, que foi prontamente aceita pela Justiça. Além da detenção da suspeita, os agentes também realizaram buscas no consultório da médica, localizado em Sabáudia. No local, foram apreendidas seringas com substâncias e canetas injetoras, que serão encaminhadas para perícia técnica.

A Polícia Civil segue com as investigações para apurar a possível participação de outras pessoas no esquema, que pode configurar uma rede criminosa voltada à venda de tratamentos estéticos com propaganda enganosa e práticas ilegais.